O mundo está cheio de gente, mas muitas pessoas se sentem sós. É natural a necessidade e a vontade de ficar sozinho algumas vezes, todavia também é preciso que haja a opção de conversar com alguém quando necessário. É para isso que existe o Centro de Valorização da Vida (CVV), um serviço gratuito de apoio emocional que funciona todos os dias, 24 horas, para ouvir quem precisa de apoio emocional, feito pelo telefone 188.
A sensação de solidão e a intensificação de questões emocionais aumentaram após a pandemia da Covid-19. “Vemos quadros de insônia, transtornos de ansiedade, sequelas de estresse pós-traumático, independentemente de classe social, gênero ou idade”, afirma a psicóloga Ana Regina Ribeiro de Oliveira. Ela explica que as pessoas que ainda não estavam em um processo de autoconhecimento antes da pandemia enfrentam hoje mais dificuldades, pois o cotidiano impacta nos estados de humor.
O sentimento de impotência tem sido enfatizado por todos nos dias atuais. “Temos restrições concretas, não se pode sair de casa, não podemos simplesmente fazer o que queremos, e, ao mesmo tempo, precisamos ser produtivos a todo custo”, contextualiza.
Para a psicóloga, o CVV é um ponto de apoio importante para quem precisa desabafar. “Existem pessoas que sofrem sozinhas, que têm dificuldades de falar sobre as emoções, que são ansiosas e não conseguem esperar até a próxima sessão, ou lidam com impulsividade. O atendimento do CVV dá apoio e pode ser uma válvula de escape”, acredita.
O serviço do CVV é feito por voluntários que passam por um treinamento até que estejam capacitados para atender sem julgamentos as pessoas que entram em contato. “O atendimento no CVV é para qualquer tipo de situação, não apenas para quem tem ideação suicida. É para a pessoa que quer desabafar e precisa encontrar um porto seguro e acolhedor para conversar”, explica Homar Capistrano, voluntário do CVV.
O número de atendimentos pelo CVV tem crescido ano após ano. Com a pandemia, o serviço de pronto-socorro emocional começou a ser ainda mais demandado. São mais de 3 milhões de atendimentos por ano no Brasil, segundo o último levantamento do serviço. “É bom reforçar que o atendimento do CVV é para todos os municípios do nosso país. Ou seja, a ligação para o 188 pode ser feita de qualquer cidade, com a segurança de que quem procura ajuda não seja identificado”, enfatiza Homar Capistrano.
Além do telefone 188, o CVV mantém em seu site www.cvv.org.br outras opções de atendimento, como via chat e e-mail.