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Manutenção da Selic encarece crédito rural

A manutenção da taxa Selic em 15,00% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta semana, mantém o custo do crédito em patamar elevado, mas também abre uma janela estratégica para quem busca diversificar investimentos. Essa é a avaliação de especialistas da XP após o anúncio desta quarta-feira (30).

Na avaliação de Marco Loureiro, sócio e líder regional da XP no Centro-Oeste, o impacto da Selic é negativo, especialmente para o agronegócio. “Nossa região depende de crédito rural e financiamento de máquinas e insumos. A manutenção da Selic em patamar elevado encarece essas linhas de crédito. O agronegócio do Centro-Oeste pode adiar investimentos em tecnologia e expansão com o custo do crédito nesse nível”, observa.

“Uma vez encerrado o ciclo de alta da taxa Selic, alinhados ao time alocação, avaliamos ser crucial para os investidores manterem carteiras equilibradas entre todas as classes de ativos, porém ainda com uma maior exposição em renda fixa, com um mix entre ativos pós-fixados, de inflação e prefixados. Cautela e seletividade para calibrar a exposição a diferentes riscos (de crédito, de prazo e de oscilações de mercado), uma vez que ainda enfrentamos muitas incertezas macroeconômicas e geopolíticas globais no curto prazo, além dos desafios políticos e fiscais no Brasil”, destaca Loureiro.

O comunicado do Copom reforçou que a política monetária seguirá em território restritivo por um “período bastante prolongado”, citando que a inflação segue acima da meta e que o mercado de trabalho permanece aquecido. O documento também destacou que o cenário global está “mais adverso e incerto” e que o Banco Central acompanhará de perto os impactos das tarifas norte-americanas sobre a economia brasileira.

Para Rodolfo Margato, economista da XP, o tom da comunicação foi neutro, sem novidades capazes de mudar a expectativa do mercado. “Projetamos Selic estável em 15% até o fim de 2025 e início do ciclo de cortes apenas em janeiro de 2026, com a taxa chegando a 12,5% no início do segundo semestre do próximo ano”, afirma.

Segundo Camilla Dolle, Analista de Renda Fixa da XP, a decisão do Copom não deve mexer significativamente na curva de juros. “Os impactos mais relevantes virão das tarifas norte-americanas, e não da condução da política monetária”, avalia.

 

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