Thuanny nasceu com 23 semanas e ficou internada por cinco meses no Hospital Santa Rosa. Hoje, com um ano de vida, sua evolução supera as expectativas
Nascida com apenas 535 gramas, a pequena Thuany Almeida completou seu primeiro ano de vida. A bebê, considerada uma prematura extrema, veio ao mundo após 23 semanas de gestação – pouco mais da metade das 40 semanas previstas para uma gravidez. Mesmo com todos os riscos da prematuridade contra si, Thuany demonstrou garra e vontade de viver desde o momento em que saiu da barriga da mãe, Maraiza Almeida. Hoje, seu desenvolvimento supera todas as expectativas.
Thuanny completou um ano no dia 19 de janeiro. A mãe precisou deixar o trabalho para dar conta do dia a dia com seu pequeno milagre. A rotina de exames e visitas ao médico após os cinco meses que passou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Santa Rosa (HSR) ainda continua intensa.
Quando deixou a internação, a bebê ainda encarava muitas incertezas sobre sua saúde, mas mesmo assim ela tem superado as previsões de desenvolvimento. A única sequela apresentada pela pequena foi na audição. Agora, a família aguarda a possibilidade de um aparelho para que ela possa escutar melhor.
“O desenvolvimento dela superou e muito as projeções de todos os especialistas. Quanto mais prematuro o recém-nascido, maior é a probabilidade de complicações e sequelas. No caso da ‘Thuthu’, o ritmo de desenvolvimento foi além do que era esperado”, comemorou a coordenadora da UTI Neonatal do HSR e pediatra, doutora Paula Bumlai.
A pediatra explica que, nos casos prematuros extremos, isto é, quando os bebês nascem antes das 30 semanas de gestação, o acompanhamento precisa ser multidisciplinar. Isso significa reunir uma equipe completa de profissionais, como pediatra, neuropediatra, fisioterapeuta, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, oftalmologista, nefrologista e ainda dispor de várias vacinas especiais.
Na avaliação de Paula, outros aspectos contribuíram para que Thuany superasse as dificuldades. “Tem sido uma evolução surpreendente, pautada por uma conduta médica assertiva e um bebê com muita força de viver. Sem dúvida a fé, o amor e a união da família contribuíram muito no processo”, ponderou a pediatra.
Os cuidados especiais com “Thuthu” (como Thuany foi apelidada pela equipe da UTI Neonatal) continuam, mesmo em casa. “Quando viemos para casa, ela ainda ficou trocando o dia pela noite por três meses até se adaptar”, lembra a mãe. A ideia de deixar Thuany numa creche, por exemplo, ainda é distante devido às restrições da imunidade da bebê.
O próximo passo na vida de “Thuthu” é dar início à fisioterapia. “O foco agora é estimular o desenvolvimento, e pra isso vamos fazer fisioterapia três vezes por semana”, explicou Maraiza.
Os riscos sempre existiram. Thuanny nasceu com má-formação na visão, mas normalizou. Pulmão e rins operam normalmente, e hoje a única sequela que restou foi na audição. “Vamos voltar para fazer o exame e saber como se formou o canal auditivo para colocarmos o aparelhinho”, detalhou a mãe.
Para ela, guardiã da filha e parceira inseparável nesses 365 primeiros dias de luta e vida, a sensação é de gratidão. “Ela é super faladora, é uma criança feliz, apesar de tudo que passou. Sou grata a Deus e a todos os que nos ajudaram porque ela está crescente, forte e perto da gente”, comentou.
O contato com a equipe do Hospital Santa Rosa continua. “As meninas [do hospital] falam comigo quase toda semana. Mando fotos da Thuany e a gente conversa. Tenho muito carinho por todos, da recepção ao corpo clínico e à diretoria. Ninguém poupou esforço para oferecer tudo de mais tecnológico e de melhor pra ‘Thuthu’”, comemorou Maraiza.