Pular para o conteúdo

Dialog

Covid-19: “precisamos ficar mais atentos”

Confirmada a presença da nova subvariante da Covid-19 em Mato Grosso, qual é a orientação a ser seguida? Que cuidados preventivos devem ser tomados? Lidando diariamente com pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19 em Cuiabá, a médica Renata Andrade coordena a Clínica Médica no Hospital Santa Rosa e alerta: “precisamos retomar os cuidados”.

A subvariante mais recente do vírus é chamada de JN-2 e deriva da Ômicron. A primeira identificação feita no Brasil foi em Mato Grosso. Até 30 de janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) identificou 230 casos positivos, com 120 pacientes em monitoramento e nove internados – sem óbitos. Embora os números sejam menores que os registrados em janeiro de 2023, estão 98% maiores que os de dezembro/2023.

Dialog - Tabela SES MT

No Hospital Santa Rosa, de 1º a 30 de janeiro, o atendimento de casos com suspeita de Covid-19 aumentou 18% em relação a dezembro de 2023: foram 348 pessoas com sintomas da doença, contra 294 registrados no mês anterior. Em janeiro de 2023, o pronto-atendimento do hospital contabilizou 191 casos suspeitos, o que indica um volume 82% maior neste mês.

Até o momento, do total de atendimentos, 65 testaram positivo para a doença. Em todos os casos, o tratamento se desenvolveu com sucesso, sem situações mais graves. “Intensificamos as ações preventivas e redobramos os cuidados”, conta Renata.

Dialog - Tabela HSR

O principal a fazer neste momento, salienta a médica, é manter a vacinação em dia. “A dose de reforço funciona como uma espécie de lembrete ao organismo, deixando o sistema imunológico em alerta para o vírus”, explica Renata. Alguns grupos precisam voltar a vacinar, como os profissionais de saúde, idosos e crianças e pessoas com comorbidade.

Além da vacinação, há cuidados cotidianos que devem ser relembrados. “O comportamento básico todos nós já aprendemos durante a pandemia, precisamos apenas ficar mais atentos”, afirma Renata. A recomendação é retomar o uso de máscaras faciais em áreas fechadas ou com grande número de pessoas. Se tossir ou espirrar, cobrir a boca com a parte interna no braço, e sempre manter as mãos higienizadas, lavando com água e sabão ou usando álcool 70%.

Além dos sintomas usuais da Covid-19 (febre, tosse, dor de garganta, coriza, cansaço), a subvariante JN-2 tem gerado mialgia (dores no corpo todo), diarreia, dores de cabeça, náuseas e/ou vômitos.

Caso esses sintomas apareçam, a coordenadora da Clínica Médica explica o que fazer. “O foco é buscar atendimento médico, ou fazer o teste para Covid-19 mantendo o isolamento. Tão importante quanto tratar é evitar que o vírus se propague”, destaca Renata.

A médica pontua as ações recomendadas para quem percebe algum dos sintomas:

  • Ficar em casa se estiver doente
  • Fazer o teste entre o segundo ao quinto dia de sintomas
  • Se pessoas próximas forem diagnosticadas com a doença, fazer exame
  • Usar máscara se tiver sintomas de gripe ou resfriado

Dialog - covid vacina pexels frank merino

Vacina. A orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que todas as pessoas a partir dos seis meses de idade recebam três doses de vacina contra a Covid-19. É prevista ainda uma dose de reforço 12 meses após a última vacina realizada. Para reforçar essa diretriz, o Ministério da Saúde definiu no calendário nacional de vacinação infantil que a primeira dose deve ser dada aos seis meses, a segunda dose aos sete meses e a terceira dose aos nove meses de idade.

A dose complementar da vacina é ainda mais importante para quem tem comorbidade, como diabetes mellitus, doenças pulmonares crônicas, cardiopatias, doença renal crônica, entre outras doenças. A vacinação é fundamental também para outro grupo de pessoas: idosos (acima de 60 anos), gestantes e puérperas e todos os trabalhadores da área de saúde.

Subvariante. Na semana passada, o Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen-MT) sequenciou a variante JN.2.5, variante da Ômicron. Foi o primeiro sequenciamento a ser feito dessa subvariante no Brasil. A JN-2 não é considerada mais severa, mas o aumento no número de casos mostra que a população reduziu os cuidados de prevenção, deixando a rede pública e privada de saúde em alerta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *