A hipertensão é um problema de saúde que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo. Em Mato Grosso, as estatísticas da Secretaria de Estado de Saúde são preocupantes. Nos últimos dois anos, o número de casos confirmados no estado aumentou mais de 200%, chegando a 567,2 mil ocorrências.
Os números servem de alerta, principalmente na semana em que se comemora o Dia Nacional de Combate à Hipertensão. “Mudar os hábitos de vida é a melhor forma de prevenir a doença”, afirma Leandro Coumbis, coordenador do serviço de Cardiologia do Hospital Santa Rosa.
A hipertensão arterial (ou pressão alta) é uma doença crônica que ocorre quando a pressão sanguínea atinge níveis elevados nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou maiores que a marca de 140/90 mmHg (ou 14 por 9) em duas medições distintas realizadas em um consultório médico.
A hipertensão descontrolada pode causar danos irreversíveis aos órgãos-alvo, como o coração, o cérebro e os rins, levando a condições graves como infarto, AVC e insuficiência renal. Por isso, a prevenção da doença é fundamental.
“O que precisamos mudar são os hábitos de vida, indo sempre em busca de uma rotina mais saudável”, enfatiza o médico. Isso inclui uma alimentação equilibrada e com pouco sal, prática regular de atividade física e combate à obesidade. Além disso, é preciso evitar maus hábitos, como o consumo exagerado de álcool e o tabagismo, que geram efeitos nocivos para o sistema cardiovascular.
Renata Maria de Oliveira Fontes, de 43 anos, paciente com hipertensão, se viu forçada a fazer uma transformação em sua vida depois que deu entrada no consultório com a pressão arterial em patamares muito superiores ao normal. O susto e o medo de infartar ou ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC) fizeram Renata alterar seu dia a dia.
“Mudei minha alimentação, reduzi o consumo de sódio, tento fazer caminhadas, faço uso de medicamento e tenho consultas regulares com o cardiologista. Hoje, graças a Deus e ao meu médico, tenho uma pressão ótima”, comemora.
No caso de Renata, a procura pelo cardiologista só se deu depois que sintomas como tontura, mal-estar e dor de cabeça persistiram por vários dias. No entanto, Leandro Coumbis alerta que a hipertensão pode ser silenciosa. “Quando ela é assintomática, o diagnóstico é mais difícil. O ideal é que o paciente faça consulta anualmente, o que nos permite um diagnóstico antecipado e a prevenção da doença”, salienta o médico.
Outro ponto de atenção é o sono. O cardiologista explica que é importante investigar se há problemas como a apneia, que podem levar à hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
No Brasil, 388 pessoas morrem por dia por hipertensão, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A ocorrência da doença subiu de 22,6% em 2006 para 24,3% em 2017, chegando a 26,3% em 2021.