Diretores, corpo clínico e colaboradores do Hospital Ortopédico homenageiam o cirurgião ortopedista, cujo caráter humanitário se destaca nos 40 anos de carreira
Reconhecido por sua habilidade de reconstituir mãos, o cirurgião ortopedista Paulo Custódio foi homenageado nesta semana após anunciar sua aposentadoria. Fundador do Hospital Ortopédico, em Cuiabá, ele acaba de completar 80 anos de idade e quatro décadas de dedicação profissional.
Custódio recebeu uma homenagem nesta quarta (14) de diretores, membros do corpo clínico e colaboradores do Hospital Ortopédico, instituição hoje administrada pelo Grupo Santa – também gestor do Hospital Santa Rosa. O ortopedista recebeu uma placa de honra em reconhecimento a sua contribuição.
“Costumamos pensar na mão como ferramenta de trabalho, mas ela é também carinho, afeto, sintonia, criação e cuidado. Paulo Custódio é mais que um cirurgião de mãos. Penso aqui em quantos pacientes que têm hoje a possibilidade de fazer um afago, um carinho devido ao seu trabalho. Esse é seu grande legado”, afirmou Cervantes Caporossi, diretor do Hospital Santa Rosa.
Joaquim Sucena, ex-deputado federal e ortopedista já aposentado, foi colega de Paulo Custódio e fez questão de participar da homenagem. “Trabalhar com ele sempre foi muito prazeroso, porque ele via o cidadão, independentemente de classe social, sindicato do qual participava ou mesmo convênio. Ele sempre focou na pessoa e em sua necessidade”, frisou Sucena.
Paulo Custódio começou a carreira como ortopedista geral, atendendo a problemas de colunas, em membros inferiores e superiores. Depois que se especializou, já em Cuiabá, tornou-se reconhecido por realizar a primeira cirurgia de reconstituição de mãos do estado. Habilidoso na técnica, ajudou milhares de pessoas. Visionário e inovador, ultrapassou a marca de 25 mil cirurgias realizadas em Mato Grosso.
“Ante a qualquer dificuldade cirúrgica, recorríamos a ele, antes mesmo de consultar qualquer livro. Paulo era muito avançado para seu tempo. Trouxe novas tecnologias, ideias inovadoras. Improvisava materiais e manteve-se sempre humilde e trabalhador, competente e arrojado”, referendou outro colega, também ortopedista, Luiz Alberto Mariano.
Anne Françoize, diretora administrativa do Hospital Santa Rosa, observou que o exemplo de Paulo Custódio deixa uma responsabilidade para a unidade hospitalar. “É nossa responsabilidade agora dar seguimento e honrarmos essa história tão bonita. Paulo está em cada estrutura deste hospital e todos trabalharemos na manutenção dessa inspiração para que seu trabalho seja sempre lembrado”, assegurou.
Com tantos anos de dedicação aos pacientes, por vezes em detrimento da família, Paulo Custódio salientou durante a homenagem o companheirismo da esposa, Maria das Graças Custódio. “Seu apoio me permitiu realizar meu sonho de criança, que era ser médico”, afirmou.
Quando convidado a dar uma recomendação aos médicos iniciantes na carreira, o ortopedista é rápido. “Dedicar-se inteiramente à profissão. Ou seja: atender o paciente e dar sequência ao ato de atendimento. Não é só atender e resolveu! Temos todo o pós-operatório, o retorno, a avaliação, quando vemos se o medicamento está fazendo efeito ou não. É importante que o médico realmente se dedique à pessoa do paciente, sempre tratando todos de forma igual, sem menosprezar ninguém”, recomenda.
Essa humanidade, para além de suas habilidades profissionais, é o que motivou a Moção de Aplauso concedida pela Câmara Municipal de Cuiabá a Paulo Custódio. A honraria foi levada pelo vereador de Cuiabá, Luís Fernando Amorim, ao cirurgião, que a recebeu durante a homenagem.
Saiba mais. Paulo Custódio começou a clinicar inicialmente em Minas Gerais, onde se formou. Trabalhou no hospital IPSEMG, estagiou na Santa Casa de Belo Horizonte e fez sua residência médica no Hospital Sara Kubitschek, em Brasília. Em 1975, veio para Cuiabá com a esposa, Maria das Graças, e seu primeiro filho. O médico então trabalhou no Hospital Santa Helena, indo posteriormente para a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Seu segundo filho nasceu na cidade. Tornou-se um dos sócios do Hospital SOTRAUMA e aos poucos foi construindo a Clínica de Fraturas, que se transformou em 1986 no conhecido Hospital Ortopédico.