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Dialog

“Nem parece que fiz cirurgia”

Dois meses depois da cirurgia, Hélio Lima da Silva e Celso Brandão Molina são a prova de que a cirurgia robótica reduz consideravelmente o desconforto no pós-operatório. Mesmo passando por procedimentos de grande porte, os dois pacientes rapidamente voltaram à rotina normal e avaliam positivamente a experiência com o que há de mais moderno na medicina.

Hélio, servidor público de 55 anos, passou por uma nefrectomia parcial, isto é, uma retirada de tumor no rim com a preservação do órgão. O procedimento — assim como as mais de 40 cirurgias robóticas já realizadas no Hospital Santa Rosa, de Cuiabá — foi um sucesso.

“Não tive opção. Após vários exames, foi confirmada a necessidade de cirurgia. Quando meu cirurgião sugeriu fazer a cirurgia robótica aqui mesmo em Mato Grosso, não hesitei. Eu já havia tentado, sem sucesso, realizar o procedimento em São Paulo”, contou Hélio.

Assim como Celso, ele foi um dos primeiros pacientes a utilizar o centro de cirurgia robótica do Hospital Santa Rosa, único do estado, inaugurado em julho. O hospital conta com o robô Da Vinci X, fabricado pela Intuitive Surgical e comercializado no Brasil pela empresa de inovação em saúde Stratnner

Celso Brandão Molina

Celso Brandão Molina

Esse feedback positivo, segundo o diretor geral do HSR, Cervantes Caporossi, tem gerado uma demanda maior do que a inicialmente prevista. Segundo ele, a agenda para as cirurgias robóticas tem sido totalmente preenchida. Em média, são realizados pelo menos dois procedimentos diários de segunda a sábado. Com isso, até 50 pessoas poderão se beneficiar do Da Vinci X mensalmente.

Aos 72 anos, Celso Brandão Molina foi o paciente “02” na agenda do robô cirurgião em Mato Grosso. Celso passou por uma retirada de próstata em decorrência de um câncer e 30 dias depois já levava a vida normalmente, como se nem tivesse sido operado.

“No dia seguinte [da cirurgia] já recebi alta. Pude chegar em casa e tomar um bom banho. Saí com uma sonda que permaneceu uma semana e depois disso os furos por onde entraram os braços do robô cicatrizaram. Já estou dirigindo, já faço meus afazeres. Então, eu recomendo sim o robô”, afirma.

Hélio e Celso fazem parte da primeira leva de pacientes da especialidade urológica atendida pelo Da Vinci X. “Os procedimentos urológicos costumam ser os que primeiro adotam a operação por robô, mas outras especialidades também podem ser beneficiadas”, pontua Cervantes Caporossi.

O gastroenterologista Juliano Canavarros, por exemplo, se tornou o primeiro de sua especialidade a realizar uma cirurgia robótica do aparelho digestivo em Mato Grosso, no dia 15 de agosto. Para o médico, a experiência foi gratificante. “Sempre procurei me qualificar para oferecer modernidade e segurança aos pacientes. É um compromisso que tenho com eles e com minha profissão, e agora o foco é a cirurgia robótica”, observou.

De acordo com Canavarros, o robô poderá beneficiar inúmeros pacientes gástricos. Isso porque a plataforma pode ser utilizada em todas as cirurgias, em especial nos órgãos complexos e estruturas delicadas do aparelho digestivo.

A partir de agora, a tendência é que o número de especialidades a usarem a cirurgia robótica aumente com a qualificação de novos profissionais. No centro de treinamento do Hospital Santa Rosa, atualmente, existem 64 cirurgiões que estão em processo de certificação para uso da tecnologia.

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