De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 400 mil brasileiros sofrem, anualmente, um infarto agudo do miocárdio. O bloqueio do fluxo do sangue para o coração danifica o músculo e, nos casos em que a artéria não é desobstruída no momento adequado, pode levar à morte do paciente. Por isso, os cardiologistas travam uma verdadeira batalha contra o tempo para salvar vidas.
O empresário Jean Domingues, de 53 anos, relata que ‘ganhou uma nova chance de viver’ ao entrar pela porta do Pronto-Atendimento (PA) do Hospital Santa Rosa se queixando de dor no peito. Imediatamente, o empresário foi levado para a sala de emergência para fazer exames. Inicialmente, não foi possível identificar o infarto, mas durante o protocolo de dor torácica, os cardiologistas conseguiram chegar ao diagnóstico precoce e detectaram a obstrução na artéria coronária.
Coordenador do serviço de Cardiologia do Hospital Santa Rosa, Leandro Mandaloufas explica que, com auxílio do protocolo adotado pelo hospital, Jean conseguiu passar pela angioplastia no tempo adequado. Esse sistema de atendimento, que começa no totem do PA, garante que não passem mais de 90 minutos entre a chegada do paciente infartado até o procedimento de desobstrução da artéria do coração. Esse período segue diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
“Pelo protocolo, quando o paciente toca no totem selecionando que está com dor no peito, é levado para o leito de emergência e o primeiro eletrocardiograma é realizado em até 10 minutos. Com isso, a melhor rota para ele é definida, para que posa ter acompanhamento o mais rápido possível. Dentro da cardiologia, quando a gente fala de infarto agudo do miocárdio, nós pensamos sempre que tempo é músculo. O coração é um músculo, então tempo é coração”, afirma o cardiologista.
Para Jean, essa agilidade foi determinante para que ele continuasse vivo. No caso do empresário, os filhos, ao saberem que o pai estava com a dor insistente no peito, foram ao Hospital Santa Rosa antes da chegada dele e avisaram na recepção que se tratava de um paciente com dor torácica. Mesmo sem o acionamento do totem, a informação dos filhos de Jean colocou os funcionários do hospital prontos para agilizar o protocolo que salvou a vida do empresário.
“Acho que essa agilidade foi o principal. Realmente salvou minha vida. Agradeço a toda a equipe que me atendeu, enfermeiros, médicos, principalmente o doutor Leandro e doutor Nelson Artur Reis, cardiologistas, que fizeram a intervenção na hora certa”, conta o empresário, emocionado.
O PROTOCOLO
Além de permitir que os pacientes infartados cheguem à hemodinâmica no tempo certo, o protocolo de dor torácica também permite identificar outras causas de dor torácica como aneurisma de aorta e embolia pulmonar.
“O protocolo faz a triagem desses pacientes permitindo que aqueles que estão infartando sejam encaminhados direto para hemodinâmica. Já quem não está infartando, mas tem outras suspeitas, receberá o tratamento mais adequado. Quem não tiver necessidade de internação hospitalar irá receber alta assim que possível”, explica Leandro Mandaloufas.
O coordenador do serviço de Cardiologia do Hospital Santa Rosa ainda alerta para os sinais que indicam suspeita de infarto agudo do miocárdio.
“O mais comum é dor no peito, mas pode ser também falta de ar, dor epigástrica ou dor nos braços. Há também relatos de dor que irradia para a mandíbula. Por isso, no protocolo ou na triagem nós vamos considerar as dores que vão do umbigo até a mandíbula para acompanharmos de perto esse paciente até chegarmos no diagnóstico correto”, observa.